Em uma das suas canções, a cantora Marisa Monte descreve a solidão com a seguinte poesia: “Solidão é lava. Que cobre tudo. Amargura em minha boca. Sorri seus dentes de chumbo. Solidão, palavra. Cavada no coração. Resignado e mudo. No compasso da desilusão. Viu! Desilusão, desilusão. (...) eu, (...) você. (...) solidão.”
A letra da música recorda
uma história que ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, na Califórnia, nos
Estados Unidos, quando uma jovem esposa desejava acompanhar seu marido a um
acampamento do exército, próximo ao deserto. O lugar não oferecia o mínimo de
conforto e ele a aconselhou para não ir, porém ela queria estar ao seu lado.
Infelizmente, a casa que encontraram estava em péssimas condições. Quase
insuportável o calor durante o dia, mais de quarenta graus à sombra. O vento
soprava constantemente, espalhando o pó e a areia por cima de tudo, com dias
longos e monótonos. Seus únicos vizinhos eram os indígenas, e nenhum deles
falava inglês.
Quando o amado foi
transferido para um lugar mais distante, a fim de participar de manobras por
duas semanas, a solidão e as condições precárias a “atingiram em cheio”. Ela
escreveu à mãe desejando voltar para casa, porque já não suportava mais. A
resposta chegou sem demora, e incluía apenas duas linhas: “Dois homens olharam através das grandes de uma prisão: um deles viu a lama,
o outro as estrelas”.
Imediatamente, ao ler
aquelas linhas repetidas vezes, começou a sentir-se envergonhada de si mesma.
Não desejava separar-se do companheiro. “escolheu
olhar para as estrelas.” Saiu para fazer amizade com os índios e aprendeu a
trabalhar com cerâmicas. Começou a estudar o deserto e suas plantas. Tornou-se
uma autoridade no assunto e escreveu um livro. Assim, como a jovem
recém-casada, muitos têm experimentado o desespero e o desânimo que a solidão
produz.
Aviões supersônicos
podem levar do Atlântico ao Pacífico em questão de horas. Em segundos, um
simples e-mail pode colocar em contato com um amigo em qualquer parte do mundo.
Aparelhos de rádio e televisão habitam as casas de quase todos, fazendo
companhia mesmo aos doentes e idosos. Entretanto, em uma época de constante
comunicação e multidões, existem mais indivíduos sofrendo de solidão do que em
qualquer outro momento histórico. Ela
aflige a todos, jovens, velhos, homens, mulheres e até crianças. Às vezes
pensa-se que os idosos ou aqueles destituídos de bens sofrem deste mal, mas o
executivo em ascensão ou o milionário à busca de riquezas, também são suas
vítimas.
Diante dessa
realidade, há milhões de seus prisioneiros, atrás das grades da inutilidade,
rejeição e inferioridade. A esperança, a alegria e o amor estão trancados nesta
masmorra, sem poderem escapar e encontrar alívio. Por isso, Jesus Cristo é o
único que concede a verdadeira libertação, conforme o evangelho de São Lucas,
quando destaca seu ensinamento ao homem do século XXI: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para
evangelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e
restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos (São
Lucas 04:18). TEACHERV JOANI C. P. – TWITTER – @teachervjcp