Quando as pessoas perguntavam ao irmão
franciscano Michael St. Jacques a respeito de sua roupa, sempre respondia: “É um hábito.” Sua vestimenta marrom
tinha uma razão específica, de acordo com seu relato a uma revista: “Nós temos a opção de usar ou não o hábito e
muitos fazem um verdadeiro esforço porque o ato de vesti-lo atrai a atenção
como um chamariz. Algumas pessoas me contam coisas que nunca contaram a
ninguém. Pessoas completamente estranhas confessarão para mim algo que fizeram
há trinta anos, questionando se Deus as pode perdoar.” Na verdade, o
religioso estava vestido de maneira acessível ao próximo.
Os evangelhos apresentam Jesus Cristo da
mesma forma, presente na vida de todos os tipos de indivíduos, pois O
procuravam para serem ensinados, auxiliados, curados, aceitos e perdoados. Diante
desse contexto, recebia muitas críticas pelo relacionamento com os cobradores
de impostos e pecadores considerados indesejáveis no contexto social.
Entretanto, destacou: “Os sãos não
precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores” (Evangelho
segundo São Marcos 02:17).
Qual tem sido o comportamento dos cristãos em
pleno século XXI? São vistos como acessíveis ou sem a devida preocupação com o
seu próximo? Principalmente, porque a filosofia da sociedade moderna concentra
demais em projetos individuais e não tem tempo para compartilhar às
necessidades dos outros. Além de incorrer no perigo de perder sua identidade
cristã. Por isso, os seguidores de Jesus Cristo agradam a Deus quando estão
disponíveis para as carências físicas e espirituais do seu semelhante.
Na I Guerra Mundial, isso foi exemplificado
muito bem pelo ministro escocês Oswald Chambers, quando a Inglaterra entrou no
conflito, em agosto de 1914. Ele tinha 40 anos de idade, casado e com uma filha
de um ano. Todos os homens alistaram-se no exército, uma média de 30 mil por
dia. Ademais, havia uma solicitação para os cidadãos venderem seus automóveis e
cavalos para o governo; listas de mortos e feridos apareciam nos jornais
diários. Diante dessa situação, o país começou a enfrentar grandes problemas
econômicos e uma série de perigos.
Um mês após o início dos terríveis combates,
Chambers lembrou aos cristãos do desafio espiritual que enfrentavam naquele
momento histórico: “Precisamos prestar
atenção para que, diante das calamidades atuais, quando a guerra, a devastação
e a tristeza estão espalhadas no mundo, não nos fechemos num mundo próprio e
ignoremos a exigência que Deus e nossos compatriotas nos fazem para servi-los, através
da oração intercessória, hospitalidade e cuidado.”
Portanto, a chamada divina é verdadeira para
todas as épocas: “Se abrires a tua alma
ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a
tua escuridão será como o meio-dia” (Isaías 58:10). O medo faz os indivíduos apegarem-se às
coisas materiais, porém a fé em Deus abre suas mãos e seus corações em relação aos sofrimentos dos
outros. Assim, “o amor de Deus flui dos corações, à medida que o Seu amor cresce no
coração do homem.” Teacherv Joani
C.P. – Twitter: @teachervjc