“Quando estamos velhos demais para ter
espinhas, logo aparecem as ruguinhas (...)” (Autor desconhecido). Há
uma série de situações a refletir em relação ao nosso envelhecimento: “(...) a maioria dos sonhos se repetem”; “(...) a senhora de cabelos grisalhos que
ajudamos a atravessar a rua é a nossa esposa” e “(...) nossa mente assume
compromissos que o corpo não consegue cumprir”. Devido a isso, precisamos de um envelhecimento com qualidade.
Os
idosos sentem essa realidade, ilustrada nas colocações de um deles: “Levanto-me, todos os dias, e espano minha
coragem. Pego o jornal, e leio a seção de óbitos, de passagem. Se meu nome não
está lá, fico sabendo que ainda não morri. Então, tomo um bom desjejum, e volto
para a cama; vou dormir”. Ao dialogar com os mais experientes, percebemos
mais uma atitude de tristeza à aceitação da velhice. Muitos com aquele
sentimento negativo: “Sou um estorvo para
os outros”! Então afirmam: “Já que não sou útil a ninguém, é melhor
ficar à margem da vida”. Na verdade, eles eram pessoas de grande competência
e talento.
Ademais,
percebemos um senso de culpa, principalmente com o desejo de uma segunda
oportunidade para fazer tudo de maneira diferente. Exemplificado nas palavras
do poeta anônimo: “Atravessando os campos
do passado ele me aparece. Um garotinho que acabou de brincar; o menino que
fui. Ele me sorri tão esperançosamente, depois que entra em mim. Que é como se
desejasse ver como eu poderia ter sido”. Sempre notamos uma autopiedade a “rondar”
constantemente os seus pensamentos: “Coitado
de mim!” “Ninguém se importa comigo!” Além do grande medo dos problemas
econômicos, de perder a saúde, o cônjuge ou os amigos, pois “o mundo gira ao seu redor rapidamente e o receio de não manter-se
em pé nele”.
A
Bíblia nos apresenta uma orientação em relação a esse momento especial da vida
humana. Observamos no Salmo 90(89), o qual foi escrito por um homem idoso, o
grande personagem bíblico Moisés, com mais de 80 ou 90 anos. Ele destaca que
Deus não tem idade: “Senhor, tu tens sido
o nosso refúgio, de geração em geração. Antes que os montes nascessem e se
formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, Tu és Deus” (Salmo
90(89):01-02).
Durante
a leitura, há um comportamento correto para o nosso envelhecimento nas
seguintes palavras: “Ensina-nos a contar
os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”. (Salmo 90(89):12) Por
isso, “encararemos” a vida pelos dias e
não através dos anos. Um homem com 50 anos, multiplicados por 365, somará hoje
– 18.250 dias. Portanto, devemos
vivê-los de tal maneira que alcancemos um “coração sábio”.
Enfim,
se os dias são presentes de Deus, vamos desfrutá-los com todo entusiasmo. “O
envelhecimento nunca foi opção, mas nossas reações sim”. Devido a isso, muitas
vezes determinamos como ele acontece. Assim, a vida deve ser vista como um
desafio, jamais uma ameaça e “Deus
precisa ocupar o centro da nossa existência”. Comecemos a pensar dessa
maneira hoje e não amanhã. Recordemos as palavras do General americano Douglas
MacArthur, um dos heróis da primeira guerra mundial ao completar 75 anos: “Bem no centro de cada coração existe um
estúdio de gravação; enquanto ele estiver recebendo impressões belas, de
esperança, bom ânimo e coragem, ele estará jovem. Mas quando os fios caem e o
coração fica coberto pela neve do pessimismo e pelo gelo do cinismo, aí, e só
aí, ele começa a envelhecer”. Teacherv
Joani C. P. – TWITTER: @teachervjcp