“O
professor só pode ensinar quando está disposto a aprender”.
(Janoí
Mamede)
A Finlândia é referência internacional quando o
assunto envolve educação. Anualmente, milhares de pessoas procuram o país, a
fim de conhecer suas técnicas de ensino. Ao visitar suas escolas, todos ficam
surpresos, porque esperam fantásticos equipamentos didáticos. Na verdade, suas
salas de aulas são simples, com lousas e às vezes com alguns computadores.
Todavia, seu segredo consiste em trabalhar um currículo diversificado e o
primordial, a formação de professores. O seu primeiro-ministro faz questão de destacar: “(...) Eles são respeitados; (...) e a
profissão é considerada uma das mais importantes”.
Devido a isso,
nenhum finlandês exerce o magistério em qualquer nível, sem um mestrado. Após
sua aprovação para o cargo, estimula-se a estudar a literatura acadêmica. Suas decisões
na gestão da sala de aula não são tomadas por uma intuição cotidiana, mas com
embasamento teórico. Da
mesma forma, os japoneses nunca encerram a capacitação do professor, pois ele
recebe novos conhecimentos até o dia de sua aposentadoria. No primeiro,
segundo, terceiro, sexto e décimo segundo anos de magistério,faz cursos sugeridos
pelo coordenador pedagógico de seu colégio e nos outros, escolhe os oferecidos
pelo governo.
Acontece
a mesma coisa com os famosos tigres asiáticos. Em Cingapura, o diretor do
Instituto Nacional de Educação ressalta: "Para
chegar lá, você tem que fazer duas coisas. Primeiro atrair as melhores pessoas
para a profissão. Em segundo lugar, uma vez lá dentro, você dar-lhes a melhor
formação." Na Coréia do Sul, a prioridade governamental é a preparação
dos melhores profissionais. Ainda por cima, orgulha-se de pagar os salários
mais altos em nível mundial.
Enquanto que o Brasil está na posição
similar do ano anterior, 88º lugar de 127 no ranking educacional da Unesco, o
braço da ONU (Organização das Nações Unidas) para a cultura e educação. Ele está entre os de nível "médio"
de desenvolvimento, atrás de Argentina, Chile e até mesmo Equador e Bolívia. E
o pior, os
estudantes de pedagogia são os de menor nota nos vestibulares ou no Enem (Exame
Nacional do Ensino Médio). Infelizmente, o magistério é atribuído para aqueles
com maiores dificuldades em todos os sentidos. Além do mais, o professor tem uma
renda 40% menor que o salário de um profissional com a mesma escolaridade. As
pesquisas comprovam que as nações com ofertas de salários elevados, conquistam “ótimas cabeças” para
gerenciar educação. Em síntese, a reforma educacional finlandesa levou três
décadas para se consolidar. Se os brasileiros desejam realizá-la, devem urgentemente
começar com a valorização do papel do professor. Teacherv Joani C.P. - TWITTER: @teachervjcp