UMA NECESSIDADE FUNDAMENTAL...

UMA NECESSIDADE FUNDAMENTAL...
"A GRATIDÃO É A MEMÓRIA DO CORAÇÃO." - "GRATITUDE IS THE MEMORY OF THE HEART". - "LA GRATITUD ES LA MEMORIA DEL CORAZÓN". - "LA RECONNAISSANCE EST LA MÉMOIRE DU COEUR". (ANTISTENES) - "DANKBARKEIT IST DAS GEDÄCHTNIS DES HERZENS". (ANTISTENES)

O PERIGO DO CIÚME

O maior dramaturgo inglês, William Shakespeare, analisou o perigo do ciúme em “Otelo, o mouro de Veneza”, uma de suas tragédias mais conhecidas e encenadas. Ela foi publicada em 1622, ou seja, 392 anos atrás. Na peça,a personagem foi induzida por insinuações de Iago, um dos seus subordinados, a acreditar na traição de sua esposa com um rapaz mais jovem. Durante sua reflexão a respeito desse comportamento humano, o autor referia-se ao sentimento, como “o mostro de olhos verdes”.
Segundo a psicóloga Andrea Lorena, pesquisadora de ciúme excessivo do Laboratório Integrado dos Transtornos do Impulso (PRO-AMITI) do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP): “O ciúme normal é transitório e se baseia em ameaças e fatos reais. Ele não limita as atividades – nem interfere nelas – de quem sente ou é alvo de ciúme e tende a desaparecer diante das evidências”. (...) “No ciúme excessivo, o medo de perder a pessoa amada vem acompanhado de emoções específicas – raiva, medo, tristeza, ansiedade – e pensamentos irracionais. (...) Quase sempre há prejuízos para quem sente, para quem é alvo e para o relacionamento”.
Outra participante do PRO-AMITI, a psicóloga Eglacy Sophia, ressalta: “Pacientes que reconhecem seus comportamentos como inadequados ou injustificados apresentam mais sentimentos de culpa e depressão; os demais demonstram raiva e condutas impulsivas mais pronunciadas”.
Isso recorda uma lenda de dois empresários com uma rivalidade imensa entre si. Todos os dias, ambos acompanhavam as atividades profissionais do outro. Se um recebia um ótimo cliente, ele fazia questão de sorrir para demonstrar vitória ao seu competidor. Conforme a narrativa, certa noite, em sonho, um anjo apareceu a um deles e disse: “Eu lhe darei o que quer que você me peça, mas, aquilo que você receber, seu concorrente receberá em dobro. Qual é o seu desejo?” O homem franziu o rosto e de maneira bem carrancuda disse: “Deixe-me cego de um olho.”Esse é o pior sentimento para as pessoas dominadas por ele.
No Novo Testamento, na Bíblia, há o registro do seu perigo,como uma emoção autodestrutiva e com imenso potencial ao ponto de causar a divisão da igreja de Corinto, na antiga Grécia.Os membros da comunidade o sentiam uns dos outros, dividindo totalmente o grupo religioso. O apóstolo São Paulo o identificou como um sinal de imaturidade espiritual – “Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andai segundo o homem?” (I Coríntios 3:3). Eles não tinham um comportamento de pessoas transformadas pelo evangelho de Jesus Cristo. Afinal, os verdadeiros cristãos têm consciência de que “o amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece”. (I Coríntios 13:4)

Enfim, em lugar de sentir ciúmes do próximo, as pessoas deveriam ter a capacidade de verdadeiramente cultivar um sentimento de alegria com os dons e a vida bem sucedida do seu semelhante. Por isso, o escritor estadunidense Marvin Williams oferece cura aos ciumentos na seguinte orientação: “A gratidão a Deus é o remédio para o ciúme”.
Joani C.P. - Twitter: @teachervjcp - E-mail: teachervjcp@outlook.com