Na
década de setenta, Charles Colson, escritor, jurista, ativista, político e conselheiro
chefe do presidente estadunidense Richard Nixon entre 1969 e 1973,
teve envolvimento sério no famoso caso de Watergate. Na época, o presidente
Nixon renunciou para evitar o seu impeachment. No período, Colson converteu-se ao
cristianismo e muitos diziam ser uma forma para reduzir sua sentença. Todavia,ele
mudou radicalmente sua vida e deu provas, quando confessou seus crimes. Alguns
meses mais tarde, teve sua prisão decretada e passou três anos em uma
penitenciária federal.
Após
sete meses, conseguiu a condicional e dedicou sua vida a promover assistência
social e espiritual aos detentos. Para tanto, criou a organização “Prison Fellowship Ministries” e hoje, ela
está em 113 países. O objetivo tem sido os programas de capacitação vocacional,
educacional e espiritual, a fim de reintroduzir os presidiários no contexto
social. Além dos projetos de apoio aos seus familiares e o atendimento às
vítimas atingidas pelos crimes.
Colson
passou 40 anos a viver o evangelho de Jesus. No entanto, quando faleceu, em
abril de 2012, um jornal publicou a seguinte manchete– “Charles Colson, homem dos ‘truques sujos’ de Nixon, morre aos 80”. Parecia
surpreendente que uma pessoa tão transformada pela fé pudesse ser identificada
com as coisas que fizera como assessor presidencial sem escrúpulos, antes do
seu encontro com Cristo. Ele estava enfrentando o seu passado.
Há
milênios, a conversão de São Paulo e seu testemunho também foram recebidos com
ceticismo e medo. Quando começou a pregar que Jesus é o Filho de Deus, diziam: “(...) Não é este o que exterminava em
Jerusalém os que invocavam o nome de Jesus (...)(Atos 9:21). Mais tarde,
quando Paulo foi para Jerusalém e tentou juntar-se aos discípulos, “(...) todos, porém, o temiam, não
acreditando que ele fosse discípulo” (Atos 09:26).
Na
verdade, o apóstolo nunca ignorou o seu passado, mas
falou dele como prova da misericórdia de Deus –“a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente.
Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade.
Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo
Jesus”. (I Timóteo 1:13-14).
Enfim,
a exemplo do apóstolo São Paulo, não há necessidade de exibir nossos erros ou “fazer de conta” que eles não
aconteceram. Em vez disso, o cristão deve agradecer a Deus porque, por intermédio
de Sua graça e poder, “o passado foi
perdoado, o presente é edificado e o futuro está cheio de esperança”, por
tudo o que tem preparado para os seus filhos. Afinal, somente com Ele o homem
pode enfrentar o seu passado e ter uma vida completamente transformada.
Joani C.P. - e-mail: teachervjcpj@outlook.com - twitter - @teachervjcp
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