O escritor inglês Gilbert Keith Chesterton ao produzir uma breve
biografia de São Francisco de Assis, teve o cuidado de apresentar uma visão do
íntimo desse homem do século XII, ao perceber seu coração aberto para a
compaixão. Ao lermos a introdução do livro, nos deparamos com seguintes
palavras: “Assim como São Francisco não amava a natureza humana, e sim
o homem, do mesmo modo, não amava o cristianismo, mas a Cristo (…). O leitor
não conseguirá nem mesmo começar a perceber o sentido de uma história que pode
bem lhe parecer muito louca, até entender que, para esse grande místico, a sua
religião era mais que uma teoria, algo que exigia um grande envolvimento”.
Em sua missão entre nós, Jesus Cristo foi questionado a respeito de qual seria o maior mandamento da lei. Sabiamente disse: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo é semelhante a ele: Ame o seu próximo como a si mesmo”. (Evangelho de São Mateus 22:37-39). O teste feito pelos seus opositores revelou a maneira de “como” alterar por completo nossos caminhos. Na verdade, precisamos desenvolver uma relação de intimidade com Deus, a fim de viver bem com nosso semelhante. Para tanto, devemos “oferecer a Ele o primeiro lugar em nossas vidas”.
Quando estudamos o porquê da
criação do Serviço de Inteligência Secreto dos Estados Unidos em 1865,
descobrimos sua missão inicial: “Lidar com falsificadores numa
tentativa de proteção do dólar e, consequentemente, a economia do país”. Entretanto,
em 1902, houve uma mudança de direção, pois passaram a proteger o presidente
americano. Sua alteração de propósitos nem se compara com a mudança dos
cristãos de Tessalônica (a segunda maior cidade grega na antiguidade), ao
assumirem o compromisso de Deus estar em primeiro lugar nas suas vidas.
O apóstolo São Paulo escreveu a
seu respeito: “(…) vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo
e verdadeiro” (I Tessalonicenses 1:9). E “(…) vos tornastes o modelo para todos
(...) na Macedônia e na Acaia (…) por toda parte se divulgou a vossa fé para
com Deus (…)” (I Tessalonicenses vv.7,8). Eles abandonaram
uma existência infeliz, para uma relação íntima e feliz com o Deus. “E
as pessoas notaram a diferença”, porque a expressaram pelo bom
relacionamento com o seu próximo.
Isso era visível na vida do
general do exército americano Mark Graham ao comandar o Forte Carson, no estado
do Colorado, nos Estados Unidos. Um companheiro de trabalho afirmou: “Nunca
conheci um oficial que fosse tão compassivo e interessado no bem-estar dos
soldados e de suas famílias.” Depois de um filho praticar o suicídio e
o outro falecer em combate na guerra. Graham e sua esposa Carol tomaram a
decisão de auxiliar os soldados e seus familiares a enfrentarem o “estresse”,
“depressão” e “perdas”, devido ao serviço militar.
No livro de Atos dos Apóstolos,
havia um homem chamado José, mas conhecido por Barnabé – “filho do
encorajamento”. Ele testemunhou em favor da conversão do apóstolo São Paulo
quando pairava dúvida de sua fé (Atos 09:26-27). Depois o levou para ensinar os
cristãos de Antioquia (Atos 11:25-26). Da mesma forma, ofereceu uma segunda
oportunidade para João Marcos, após sua falha na segunda viagem missionária
(Atos 15:36-38). Enfim, esse comportamento compassivo é um sentimento interno
produzido por Deus, quando Ele opera em nós mudanças de direção e resulta em
atitudes visíveis. Assim, “a compaixão passa a ser o nosso
uniforme diário” (Colossenses 03:12), porque ela é “o amor
divino em ação”. Teacherv Joani C.P. - TWITTER: @teachervjcp - E-MAIL: teachervjcp@outlook.com