Ted A. Hegre, escritor estadunidense, ilustra esse
fato em seu livro “Vida que
nasce da morte”.Ele relata a história de um nepalês muito doente, porque
guardava um enorme ressentimento de um indivíduo que o ofendera há anos. Depois
de reconhecer seu erro, perdoá-lo, ele foi curado completamente da sua
enfermidade.
Existem muitos
artigos científicos no campo da psiquiatria com colocações interessantes para
nossa reflexão: “(...) se os
pacientes das instituições mentais pudessem ter certeza de que eles estavam
perdoados, a maioria deles poderia receber alta”. Ademais, existem estudos
que afirmam: “A raiva, o ódio,
o ciúme e amargura destroem relacionamentos, e geram sofrimento interior. Para
evitá-los, muitas pessoas fogem da realidade”. Diante disso, a solidão, a depressão e
outros, poderiam ter cura através do poder do perdão e do amor.
Na verdade, necessitamos compreender a importância de jamais guardar raiva ou
rancor do nosso semelhante. Jesus Cristo narrou à história de um homem triste,
porque recusou a perdoar seu próximo, depois de receber o perdão do seu
superior, conforme observamos no texto bíblico abaixo:
“Por
isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os
seus servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez
mil talentos. Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse
vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse
paga. Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e
tudo te pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e
perdoou-lhe a dívida.
Saindo,
porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem
denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. Então, o
seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te
pagarei. Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que
saldasse a dívida. Vendo os seus companheiros o que se havia passado,
entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera.
Então,
o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida
toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu
conservo, como também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o
entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim também
meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.
(Evangelho segundo São Mateus 18:23-35).
Afinal, a
dívida daquele homem era uma grande soma em dinheiro, cujo débito nunca seria
saldado por ninguém. Todavia, não usufruiu à alegria do perdão e o pior, nem
estava liberto da sua própria prisão interior. Por isso, desejava castigar os
seus devedores, pelo fato de não entender o que seja o ato de perdoar alguém. Os seus ressentimentos trouxeram infelicidades tanto para
si, como para os que conviviam com ele. Como um ser humano perdoado poderia ter
tanta amargura em seu coração? Enfim, como nós, recebedores do perdão divino,
guardamos também tanto ódio, rancor, e amargura em nosso coração?
Joani C. P. – e-mail: teachervjcp@outlook.com –
twitter: @teachervjcp