No último dia 13 de maio de 2012, o
jornal Folha de São Paulo trouxe uma matéria com a seguinte manchete: “Viciados
em celular viram alvo de estudos médicos.” Segundo Cristiano Nabuco,
do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo: "Começam
a pipocar casos preocupantes de relação absurdamente descontrolada".
Ele exemplifica: “Uma paciente de 17 anos pegou um voo para Ilhéus (BA)
e, quando chegou lá, se deu conta de que estava sem o telefone. Ela teve crise
de abstinência, começou a chorar. Só saiu (do aeroporto) quando a mãe mandou o
aparelho, em outro voo." Por isso, diante do seu uso excessivo na
escola, deve existir uma orientação educacional.
Em primeiro lugar,
os profissionais nos colégios necessitam de ética de comportamento nas
instituições de ensino. Sua primeira atitude ao ingressar no espaço
de trabalho é desligar os aparelhos ou mantê-los no modo silencioso, a fim de
que sua existência virtual não interfira nas suas práticas pedagógicas. Dessa
forma, serão modelos no manuseio tecnológico aos seus aprendizes.
Na verdade, a variedade de ferramentas
no celular interfere na concentração dos alunos nos momentos de estudo, em sala
de aula. Assim, caberia aos professores a conscientização da importância de
desativá-los nas horas de estudo. Além de não usá-los para atitudes inadequadas
como enviar respostas das avaliações para os seus colegas.
Nos intervalos todos poderão atentar
para o aparelho, com o propósito de verificar suas mensagens. Entretanto,
precisa haver um cuidado especial para não adquirir o vício de conferi-lo a
todo instante. Segundo o psiquiatra Cristiano Nabuco, alguns sintomas de
dependência são “ter a impressão de que o celular está tocando” e
“não se desconectar do celular nos horários de lazer”.
Diante disso, os educadores observam
que os estudantes estão tão habituados aos meios tecnológicos e os usam sem
perceber nas classes como o fazem no seu cotidiano diário. Para o supervisor
pedagógico de Brasília, Carlos da Costa, os pais também têm também um papel
primordial no processo de conscientização – “Vem deles boa parte das
ligações que interrompem as aulas.” Assim, há uma enorme queda na
aprendizagem.
Portanto, caberia aos educadores
orientarem seus educandos na maneira correta de utilizar seu aparelho celular,
porque “a tecnologia deve estar aliada à educação para aproximar o
professor/aluno”. Isso é bem exemplificado no estado de São Paulo com o
projeto experimental Palma (Programa de Alfabetização na Língua Materna) que
usa aplicativo de celular. Os estudantes do EJA (Educação para jovens e
adultos) ganham smartphones para realizarem suas tarefas da empresa
patrocinadora. Segundo Gabriella Bighetti (diretora de programas sociais da
Fundação Telefônica | Vivo): “(...) a tecnologia pode transformar o
processo educativo. Temos mais celulares que pessoas no país, e os smartphones
estão ficando cada vez mais baratos. É questão de tempo para eles estarem nas
mãos de todo mundo." Teacherv
Joani C. P. – TWITTER: @teachervjcp