Segundo
Anna Penido, Diretora Executiva do Instituto Inspirare, algumas “tendências” e
“desejos” são bem explicitados por eles. O primeiro seria “personalização” – “os jovens acham que o que aprendem
na escola não é útil para sua vida”; Segundo, querem “Competências do
século XXI”; terceiro, um ensino voltado para o Empreendedorismo; quarto, o
ensino deve ser voltado para uma “Educação baseada em projetos”; quinto, transformar
tudo em “Projeto de Vida” e por último, um “Ensino Hibrido”, ou seja,
“permeado pela tecnologia”.
Na mesma linha de análise, Luis Alberto
Moreno, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), destacou
algo primordial, “investir na
juventude é escutá-la e decifrar suas mensagens”. Além de ressaltar
que “estamos diante de uma
juventude que não se conforma, que pede melhores oportunidades, melhor
qualidade de educação, de saúde, de instituições e oportunidades de emprego e
de empreendimento”.
Diante disso, as propostas pedagógicas
deveriam estar voltadas para a fase de “experimentações” dos jovens. A
socióloga da Universidade de São Paulo, Helena Abramo levanta algumas questões
importantes: “Onde está o jovem no universo escolar? Que papel tem a
educação na vida dos jovens? Além da formação, de que mais se compõe a vida do
jovem? Ela conclui da
seguinte forma seus estudos: “O
jovem está sempre no lugar de aprendiz, poucas vezes está no lugar de quem
também produz, de quem tem o direito ao trabalho, ao espaço público”.
Ainda por cima, na educação básica, os
especialistas acreditavam em uma evasão escolar somente provocada pela alta
reprovação e uma necessidade de deixar os estudos, a fim de auxiliar os
familiares no seu sustento. Aliado a esses fatores, veio o desinteresse dos
estudantes. Eles estão cansados de um ensino/aprendizagem de apenas transmissão
de conteúdos, sem agrupar “conhecimentos
significativos”.
A professora Simone André, coordenadora da
área de educação complementar do Instituto Airton Senna, um dos grandes
parceiros e investidores nas escolas brasileiras, retrata muito bem essa
realidade quando diz: “os jovens têm quatro grandes desafios para
fazer a transição do mundo da educação para o mundo do trabalho. Eles terão que
construir a própria identidade e seu projeto de vida; aprender as formas de
convívio e de participação social; lidar com as exigências do mercado de
trabalho; e ter resiliência, principalmente, os menos favorecidos, para
aprender no ambiente escolar”.
Portanto, as políticas educacionais para os
jovens precisam ser desenvolvidas no sentido de atendê-los em seus interesses
de hoje, a fim de prepará-los adequadamente para os desafios do amanhã. Assim,
nas escolas, as salas de aula precisam produzir um ambiente social de estímulo
entre o alunado e seus educadores, com a prática do jogo do saber. Dessa forma,
desenvolverão suas competências e habilidades para fazer sua transposição do
universo educacional para o exercício pleno da cidadania.
Joani C. P. – e-mail:
teachervjcp@outlook.com – twitter: @teachervjcp