Na verdade, para exercer a carreira mais importante na sociedade moderna, há necessidade de administrar muito bem o tempo em dois aspectos: “rotina e prazer”! O profissional carece de uma metodologia equilibrada para gerenciar essas duas partes, a fim de desenvolver um melhor ensino/aprendizagem dos estudantes.
Para de fato tudo isso se concretizar, é fundamental a recordação da sabedoria grega, com o propósito de descobrir “como” lidar com a escola atual. Naquela cultura milenar, havia uma convivência harmoniosa entre dois tipos de tempo: o “cronos” (o cronometrado pelos relógios – “o rotineiro”) e o “cairós” (o período vivido não pelos anos, mas de forma “intensa” – sensação de que tudo parou para o deleite do ser humano).
Diante desse ensinamento, o “professor” quando desfruta do “cairós”, o “cronos” perde totalmente o caráter de obrigação que muitas vezes se refere às suas atividades diárias, em relacionamentos com os alunos, pais, colegas ou mesmo diante dos seus superiores. Esse sentimento ocorre quando a pessoa está em lugares especiais, em reuniões familiares ou com amigos e ao olhar o horário, existe a sensação de que o tempo não passou. Assim, usufruiu daquele momento de forma prazerosa.
A experiência do alunado em relação aos anos passados nos bancos escolares está envolvida com o tempo “cairós”. Inicialmente ao relembrar os primeiros contatos com o universo do saber nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Depois, os primeiros relacionamentos afetivos aconteceram nos famosos “recreios”. Ademais, nas aulas de leitura e produção textual houve a expressão dos desejos e objetivos para a fase adulta. Ou de um professor que o despertou para a realização de um sonho futuro no campo profissional.
O mesmo acontece com o professor, quando procura realizar seu trabalho com alegria e satisfação. Ele está sempre em um processo de atualização para oferecer o melhor aos seus aprendizes. Há uma sensação de felicidade quando descobre estratégias novas para despertá-los para o “prazer de aprender”.
Enfim, segundo o pedagogo e filósofo da PUC-SP, Fernando José de Almeida: “(...) Todos conhecemos a afirmação de que as pessoas ocupadas são as que têm mais tempo. E também seu reverso: "Quem não tem nada a fazer não tem tempo para nada". Ou seja, achar tempo para as coisas está ligado a uma disponibilidade interior.” Por isso, o professor do século XXI em sua missão de educar precisa transformar o seu tempo “cronos em Cairós”.
Teacherv Joani C. P. – TWITTER – @teachervjcp
