Há muitos registros de experiências tristes e solitárias registradas pelo escritor estadunidense C.S., um deles exemplifica bem isso: “Quanto mais converso com as pessoas idosas, mais sinto que abrigam maior sentimento de descontentamento do que aceitação. Testemunhei isso na experiência de meu pai, nos seus dez últimos anos de vida. Tive a oportunidade de vê-lo em um envelhecimento solitário, embora estivesse cercado pela família, constituída de seis pessoas, todas expressando o nosso amor, e trazendo-o para o nosso círculo de vida”. Infelizmente, tem sido um comportamento comum na grande maioria dos idosos.
Na verdade, eram pessoas com grande vitalidade, inovadoras e criativas em todos os momentos de seus empreendimentos existenciais. Entretanto, surge uma sensação de inutilidade “quando a poeira do tempo vai encobrindo suas realizações do passado”. Ademais, desenvolve uma sensibilidade ainda maior em relação à memórias afetivas. Muitos até declaram: “Como gostaria de voltar ao passado para refazer tantas coisas”! Dessa forma, um sentimento de culpa o atormenta e o medo brota de maneira intensa. Aliado a tudo isso, a falta de paciência dos mais jovens, a perda da audição e as demais doenças que podem imobilizá-lo.
Por mais difícil que seja envelhecer com todas essas dificuldades, o fundamental é avaliar que esses pensamentos não procedem de Deus. Há um personagem bíblico, com mais de 80 anos, chamado Moisés, que apresenta uma maneira sábia de enfrentar o passar dos anos. Em um salmo escrito por ele, faz questão de recordar da eternidade divina: “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. Antes que os montes nascessem e se formassem a terra, e o mundo, de eternidade a eternidade, Tu és Deus” (Salmo 89/90:01-02).
Durante a leitura do Salmo, nota-se sua consciência de que a vida é “como um dia de ontem que se foi”, “a vigília da noite” e “a relva que floresce de madrugada”. Nossos anos se acabam “como um breve pensamento”, “às vezes vivendo até setenta anos, às vezes, até oitenta”. Não tem importância alguma, porque eles passam “rapidamente, e nós voamos”. E como enfrentar essa mudança? Existe algum conselho para um comportamento que agrade a Deus na velhice? Sim, por isso ele diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”. (Salmo 89/90:12).
Portanto, é fundamental desfrutar da vida pelo ângulo dos dias. Constantemente, o pensamento popular sempre recorda essa idéia: “O passado não te pertence mais e o futuro pertence a Deus, viva o hoje”. O primordial em todos os tempos é conquistar um “coração sábio”, porque as demais coisas são “fugazes e passageiras”. Somente uma vida íntima com Deus pode levar o homem a aceitar normalmente o envelhecimento. Assim, os dias serão felizes com a presença divina em todos eles e “a velhice jamais será vista como uma ameaça, mas um desafio a ser conquistado”. Teacherv Joani C.P. – Twitter: @teachervjcp